Ameaça de crise fiscal ainda mais grave. Oportunidades e riscos de Temer no recesso.

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POR JARBAS DE HOLANDA

Na reportagem “Menos canteiros de obras”, a revista Exame divulga estudo da consultoria Neoway mostrando a grande queda, já ocorrida e que poderá acentuar-se até 2022, “nos investimentos em obras de infraestrutura e em fábricas no Brasil”. Segundo o estudo, 22% das obras dos dois tipos em andamento no período 2017/2022 encontram-se paralisadas, 67% dos projetos não têm data prevista para o início. Tal divulgação coincide com a de matéria do Estadão, de sábado – “Dória reduz R$ 4,5 bi da previsão de investimentos”. E com as da rede Globo, no Fantástico de ontem e nos últimos dias, apontando os efeitos combinados da “maior recessão de nossa história” com os da crise fiscal na forte queda dos recursos públicos em programas federais de saúde, de educação, da área científica, bem como no dramático agravamento da criminalidade no estado do Rio. Queda essa que analistas econômicos estão advertindo que se agravará em 2018 e no próximo governo federal com maior descompasso negativo entre receitas e despesas, num contexto de vigência institucional do teto de gastos nas três esferas do poder público e de continuidade (reversível) da expansão dos déficits do sistema previdenciário.

Tais evidências reforçam a necessidade e a premência de uma retomada, para valer, da proposta da principal reforma estrutural do país – a desse sistema. Que o presidente Michel Temer, no recesso parlamentar que começa, deveria reassumir como prioridade econômica e social. Aproveitando o enfraquecimento da denúncia pelo Ministério Público da prática de corrupção passiva, em face da rejeição dela na CCJ da Câmara. Aproveitamento, porém, que poderá ser dificultado ou inviabilizado, pelos riscos de piora de sua imagem, já tão desgastada, com novas delações que a PGR, do procurador Rodrigo Janot, decida acolher e divulgar, reforçando as denúncias adicionais que prepara contra o chefe de governo.

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