A demora para se equacionar a política de preços do asfalto em 2018 pode tornar as obras de manutenção de rodovias mais caras após o período de chuvas no início deste ano.
A Petrobras, responsável pelo fornecimento do insumo, passou a reajustar os valores mensalmente em maio do ano passado.
Os contratos das prestadoras de serviço com o poder público, porém, só podiam ser alterados anualmente, o que gerou insatisfação das empresas.
Uma instrução do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte publicada na última sexta-feira (8) ofereceu uma solução para o realinhamento dos acordos.
Até então, obras de conservação foram conduzidas em ritmo lento porque as contratadas aguardavam uma decisão, segundo Emir Cadar Filho, presidente da Brasinfra (de entidades de infraestrutura).
“As estradas poderiam estar em situação melhor antes da temporada de chuvas.”
A consequência é que os serviços se tornam mais complexos e caros, diz Carlos Eduardo Prado, do Sinicesp (sindicato da construção pesada).
Em alguns casos, o objeto do contrato precisa até ser revisto, afirma Carlos Lima Jorge, da Apeop-SP (associação de empresas de infraestrutura).
“É como se uma companhia fosse contratada para pintar uma casa e houvesse vazamentos: ou se contrata alguém para resolver, ou é preciso cobrar a mais para compensar.”
Na atual situação fiscal e com o debate sobre o asfalto, poderá ser complicado discutir novos reajustes, afirma.
MARIA CRISTINA FRIAS | SÃO PAULO para a FOLHA DE S.PAULO