Comportamento da indústria da construção volta a piorar

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São Paulo, 28/10/2016 – Demanda insatisfatória, juros e tributos elevados, inadimplência dos clientes e falta de capital de giro foram relacionados por 591 empresários da construção civil como os principais problemas do setor em setembro, segundo a Sondagem Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). São motivos que ajudam a explicar a queda do nível da atividade do segmento em agosto e setembro, depois da leve melhora entre abril e julho, segundo a matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Em setembro, todos os indicadores da Sondagem da Construção ficaram abaixo dos 50 pontos que separam os campos positivo e negativo. Repetiu-se, na construção civil, a desaceleração da indústria em particular e da economia em geral constatada em outros indicadores, e a retração da demanda encabeça as dificuldades do setor.

Segundo o Estadão, em alguns casos, problemas agudos perderam importância relativa. Por exemplo, no primeiro trimestre de 2015 a falta ou o alto custo dos trabalhadores qualificados eram citados por 20,4% das empresas; agora, são mencionados por 5,5%. O problema da falta ou do alto custo da matéria-prima atingia 15,8% dos entrevistados e agora atinge 6,5%. A falta ou o alto custo de energia elétrica incomodava 8,8% das companhias e hoje atinge 2,7% delas.

Historicamente, as expectativas dos empresários da construção são melhores do que os indicadores da situação presente. Mas nem isso ocorreu em setembro: a expectativa de nível de atividade caiu de 46,9 pontos para 45,2 pontos; a de novos empreendimentos e serviços, de 45,5 para 44,7 pontos; e a da compra de insumos e matérias-primas, de 45 para 44,6 pontos. Além disso, há pouca propensão a contratar pessoal. Só na situação financeira e margem de lucro houve pequeno alívio.

De acordo com a matéria, Com os problemas enfrentados por grandes empresas envolvidas na Lava Jato ou sujeitas à crise fiscal, foram menos ruins o desempenho e as expectativas de pequenas e médias companhias. As médias, por exemplo, registraram nível de atividade de 44,5 pontos, ainda no plano negativo, mas acima das grandes.

Sofrendo com a baixa demanda por imóveis, obras de infraestrutura e serviços, as empresas demandam menos insumos e mão de obra e repassam a crise aos fornecedores. A atividade da construção civil depende estritamente dos ciclos econômicos. E se em 2017 o crescimento for lento, uma retomada mais forte do setor será de novo adiada.

David Abreu – david.abreu@goassociados.com.br

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