POR JARBAS DE HOLANDA
O UOL desdobra piora do cenário fiscal destacada na imprensa escrita: “Equipe econômica já trabalha com rombo de R$ 159 bilhões este ano”. Depois de o ministro Henrique Meirelles admitir ontem à tarde possível aumento de R$ 20 bilhões no limite do déficit definido pelo governo. E que poderá igualmente ser revista, ampliada, a meta pré-definida para 2018, de R$ 129 bilhões. O problema disputa hoje protagonismo midiático com a intensa movimentação em torno da primeira denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer, a ser votada no plenário da Câmara dos deputados provavelmente amanhã.
A admissão pelo próprio ministro da Fazenda de possível revisão das duas metas pode ter constituído, também, um argumento adicional de defesa da urgência da reforma do sistema previdenciário, considerada relevante pelos investidores, bem como da necessidade de bloqueio do aumento de vencimentos de várias categorias da elite do funcionalismo (dos três poderes e do Ministério Público), previsto para o começo do próximo ano e de forte impacto no déficit fiscal. Essa urgência seria, ou será, posta em prática com o desencadeamento da reforma da Previdência, nas duas Casas do Congresso logo após a rejeição esperada de tal denúncia.
Expectativa que explica o avanço esta semana – em meio à persistência da turbulência política – do índice da Bovespa para o patamar dos 66 mil pontos.