São Paulo, 06/09/2016 – A falta de solução para questões relacionadas ao financiamento de obras em infraestrutura pode diminuir a atratividade dos leilões, segundo matéria publicada hoje no jornal Valor econômico.
A participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em particular, exige garantias corporativas elevadas na fase de construção, como ativos reais, financeiros ou fianças. Para o BNDES, quanto maior o saldo devedor, maior a necessidade de garantia, dizem as fontes apuradas pelo Valor.
Para estas fontes, o ideal seria que o BNDES mudasse a política operacional, facilitando o uso de outros instrumentos na fase de construção dos projetos, quando o empreendimento ainda não começou a gerar receitas. Entre esses instrumentos, está o seguro de performance, que garante o andamento da obra dentro dos prazos contratados. O BNDES poderia ainda fazer uma análise “dinâmica” do risco do projeto.
Em nota, o BNDES afirmou: “O BNDES está em fase de definição das novas políticas operacionais para o setor e não fará comentários antes da conclusão desse processo.” Uma das fontes avaliou que a atratividade dos leilões pode diminuir porque pequenas e médias empresas terão mais dificuldades de oferecer garantias corporativas enquanto as grandes companhias, como as empreiteiras, estão enfrentando problemas decorrentes da Operação Lava-Jato.
Diante de um cenário como este, a apresentação de uma fiança bancária, em substituição à garantia corporativa, torna-se difícil. O momento atual leva a muitas empresas uma dificuldade de encontrar espaço nos seus balanços para oferecer garantias a empréstimos para grandes projetos.
David Abreu – david.abreu@goassociados.com.br