São Paulo 20/10/2016 – A indústria passa por uma grande transformação em todo o mundo e caminha para o que os alemães chamam de Indústria 4.0. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, contou, durante o 34º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), em Weimar, nesta segunda-feira (17), que uma consultoria entrevistou 140 CEOs para consolidar o conceito, segundo matéria publicada no portal da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo Côrte, o desenvolvimento de um novo sistema de produção está fortemente baseado na era digital, o que tem afetado a produção. Ele explicou que o Brasil poderia seguir o caminho das grandes empresas nos Estados Unidos, Europa e China. As principais indústrias desses países estão investindo em manufatura avançada com produtos conectados, fábricas inteligentes, computadores de alta performance, robótica avançada e impressoras 3D, realidade aumentada para ampliar qualidade, treinamento e conhecimento avançado. “O Brasil poderia assumir essa linha de investimento também. Mas, o que conta realmente é o talento”, destacou.
No entanto, o grande desafio para Côrte é desenvolver os recursos humanos. Segundo ele, há 1 bilhão de pessoas hoje trabalhando em posições que não existiam há 10 anos e que 65% das posições que serão ofertadas nos próximos anos ainda não existem. “A fábrica vai se modernizar, mas há um hiato entre o que é ensinado hoje nas escolas e o que precisa ser ensinado para a atender a demanda do setor produtivo no futuro próximo. Os profissionais deverão apresentar outros conhecimentos e habilidades”, afirmou.
De acordo com a matéria, o gerente-executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio Gonçalves, afirmou que a adoção de tecnologias é uma urgência do Brasil para ganhar competitividade. “Os recursos humanos de fato são uma preocupação, mas a indústria 4.0 é uma realidade com a qual o Brasil precisa lidar”, explica.
David Abreu – david.abreu@goassociados.com.br