São Paulo, 06/09/2016 – O Norte e o Centro-Oeste, regiões que ocupam mais da metade do território brasileiro, recebem juntas apenas 27% dos recursos do governo destinados à construção de rodovias, segundo matéria publicada hoje pelo jornal Valor Econômico.
Já a região Sul, cuja área não representa nem 7% do país, fica com quase 23% dos repasses do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Esta participação é explicada pelo fato de a malha rodoviária da região já estar praticamente concluída, o que acaba concentrando os investimentos em contratos de duplicação e pavimentação, mais custosos.
De acordo com relatórios gerenciais que serão publicados nos próximos dias, o Dnit conta atualmente com 215 contratos de construção ativos, que juntos somam R$ 40 bilhões. Quase 60% das obras são de implantação de novas rodovias. As duplicações respondem por 20% e as adequações são cerca de 14%. O restante é destinado à construção de contornos, travessas e acessos, afirmou o Valor.
Considerando os sete Estados da região Norte, o volume de contratos chega aos R$ 5,2 bilhões, o que representa 13% do volume total de recursos destinados à construção de estradas no país. Além disso, segundo dados de 2015 da Confederação Nacional do Transporte (CNT), quase 36% das estradas da região receberam classificação de “ruim” ou “péssimo”, ante uma média nacional de 22,4%, informou o jornal.
A região Sudeste leva quase R$ 12 bilhões, valor fortemente influenciado pelo projeto do Rodoanel paulista, que sozinho absorve R$ 3,7 bilhões do Dnit.
Além dos relatórios gerenciais de construção, o Dnit irá divulgar nos próximos dias um mapa completo da manutenção das rodovias do país. As informações serão detalhadas por Estado, número de quilômetros e por tipo de procedimento, informa o Valor.
David Abreu – david.abreu@goassociados.com.br