São Paulo, 01/12/2016 – Obras de infraestrutura têm potencial de gerar emprego e um novo impulso à economia do país. Um estudo da consultoria GO Associados demonstra que obras estimadas em R$ 67 bilhões, as mais rápidas de viabilizar entre as que compõem o programa de concessões anunciadas em setembro pelo governo federal, poderiam criar 2,7 milhões de empregos e salários de R$ 28,2 bilhões, segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico.
Também proporcionaria uma melhora no caixa do governo, com arrecadação de R$ 19,4 bilhões em impostos e estimularia o PIB em R$ 187 bilhões. Projetos de concessões anunciados em 2016 pelo governo do Estado de São Paulo, no valor de R$ 17 bilhões, também poderiam gerar 830 mil empregos, R$ 7,3 bilhões em salários e um impacto no PIB de R$ 46 bilhões.
“Os benefícios dos investimentos em infraestrutura para a economia e para a população em geral são evidentes”, afirma Fernando Marcato, sócio da GO Associados. Marcato afirma, porém, que além de benefícios, as obras de infraestrutura geram impactos negativos que não estão sendo devidamente mensurados. O sócio da GO Associados defendeu durante o seminário “Como dinamizar o setor de infraestrutura”, promovido pelo Valor, uma revisão da maneira como é liberada a realização de obras no país.
Segundo a matéria, a ideia é que sejam levados em conta também os riscos para a qualidade de vida da população diretamente impactada pela obra e que se busquem previamente maneiras de solucionar e mitigar problemas.
José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), diz que o governo brasileiro, nos últimos anos, concentrou sua atenção em obras de grande porte, relegando a um segundo plano o potencial de obras de médio e pequeno porte, que seriam capazes de gerar benefícios imediatos para a população, sem demandar grandes recursos financeiros ou demorados estudos de impacto sócio-ambientais.
De acordo com o Valor, um levantamento realizado pela CBIC em 2016 detectou um estoque de aproximadamente 400 projetos em todo o país que podem rapidamente ser retiradas do papel e estimular a economia por meio de contratos de Parceria Público-Privadas (PPPs) coordenadas por governos estaduais e municipais.
Martin Raiser, diretor-geral do Banco Mundial no Brasil, diz que a dificuldade de investir inibe os projetos em infraestrutura e como consequência o país ocupa o 120º posto no ranking global de qualidade de infraestrutura. “O problema do Brasil não é falta de planos de investimentos ambiciosos, mas a dificuldade de implementá-los”, afirma Raiser.
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David Abreu – david.abreu@goassociados.com.br