São Paulo, 02/12/2016 – O Produto Interno Bruto (PIB) do setor de construção civil terá queda de 5,3% neste ano e aumento de 0,5% em 2017, após retração de 6,52% no ano passado e de 2,14% em 2014, conforme a matéria publicada no jornal Valor Econômico.
Os dados são das projeções do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) calculadas em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que indicam que a retomada do setor de construção será lenta e demorada.
Segundo a coordenadora de projetos da construção da FGV, Ana Maria Castelo, “vamos inverter o sinal no ano que vem, mas estamos muito longe de reverter as taxas negativas do setor nos últimos três anos”.
O presidente do Sinduscon-SP, José Romeu Ferraz Neto, defende que as obras de infraestrutura sejam destravadas e que as taxas de juros caiam. Uma queda mais acentuada dos juros pode contribuir para o aumento do crédito imobiliário e para que os consumidores sintam mais confiança de adquirir imóveis.
Segundo o Valor, a projeção de aumento do PIB setorial em 2017 baseia-se na perspectiva do início das reformas; na contratação de 40 mil unidades da faixa 1,5 e de 70 mil da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida; na retomada de 1,6 mil obras paradas de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); e no avanço das concessões e licitações.
O Sinduscon-SP e a FGV estimam recuo de 14,5% no nível de emprego da construção neste ano. Segundo a representante da FGV, o estoque de empregos no fim de dezembro será equivalente ao de agosto de 2009. “O estoque ainda é superior ao do início do ciclo [imobiliário], em 2005 ou 2006, mas estamos retrocedendo rapidamente”, disse.
Ana Castelo destacou que, em dois anos, o setor perdeu quase 1 milhão de trabalhadores e contou que espera queda de pelo menos 5% no nível de emprego da construção no próximo ano.
Em novembro, a Sondagem da Construção apontou o ápice das diferenças entre expectativas e desempenho empresarial, segundo a representante da FGV. “Se as mudanças anunciadas não se concretizarem, haverá piora das expectativas”, disse.
A pesquisa apontou nota de 37,2 para o desempenho do setor. Conforme a metodologia utilizada, valores inferiores a 50 são considerados não favoráveis.
David Abreu – david.abreu@goassociados.com.br