POR JARBAS DE HOLANDA
A postura de ontem pelo conjunto de lideranças do PSDB de apoio ao governo (vinculado à viabilização das reformas e implicando sequência da ocupação de vários ministérios) reforçou – após o polêmico julgamento do TSE – a perspectiva de que o presidente Michel Temer contará com o respaldo, decisivo, do Congresso para a continuidade de seu mandato. Garantida por dois fatores básicos: a aposta, ainda, do mercado numa recuperação da economia, associada a tal viabilização, e a falta de alternativa político-partidária capaz de assegurar a preservação de governabilidade.
Mas a persistência dos dois fatores – dessa aposta e do respaldo do Congresso – será posta em xeque de novo nas próximas semanas por novos passos da PGR, de Rodrigo Janot, contra o presidente: a denúncia ao STF baseada no áudio do encontro dele com o dono da JBS (da parte já conhecida e de dados adicionais), bem como de novas delações do doleiro Lúcio Funaro e outras já prontas ou em preparo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Tais riscos (de retomada e agravamento da crise política) explicam outra persistência, esta indesejável: a de insegurança dos agentes econômicos refletida hoje pela manhã na continuidade da Bovespa bem abaixo dos 62 mil pontos, junto com a da cotação do dólar acima dos R$ 3,30.