Saída de Janot reduz tensões, mas preocupa custo político de nova denúncia

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POR JARBAS DE HOLANDA

Boa a perspectiva nos meios políticos, no Judiciário e no mercado financeiro (com o Ibovespa ultrapassando 76 mil pontos) da posse de Raquel Dodge no comando da PGR. Avaliada como indicador de um encaminhamento das ações de combate à corrupção através de critérios firmes mas respeitosos de regras constitucionais. Sem vinculação a projetos personalistas, voltados à criminalização das instituições políticas como os adotados pelo seu antecessor no cargo. Tema de coincidente reportagem de capa da Folha de S. Paulo, intitulada “Janot operou para tirar Temer, diz procurador (Meta era (também) barrar Dodge, afirma Ângelo Villela, acusado de vazar dados à JBS)”.

Mas nos meios empresariais persiste a preocupação com implicações e efeitos políticos e institucionais da chegada à Câmara dos Deputados da última denúncia contra o presidente Michel Temer, deixada por Rodrigo Janot (após decisão do STF nesse sentido, que deverá ocorrer depois de amanhã). É que, mesmo com a provável rejeição legislativa, o debate e as votações sobre a tal denúncia retardarão de novo (como ocorreu com a primeira) a PEC da Previdência, o que poderá obstruir de vez sua viabilização este ano. Num contexto de aumento do custo da barganha parlamentar para isso e para a aprovação de projetos e medidas igualmente essenciais ao reequilíbrio das contas públicas e à retomada de investimentos por meio de privatizações e concessões relevantes, que precisam de respaldo do Congresso.

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