Com atos menores, insistência na “Lista Fechada”. Até a quebra de sigilo das delações no STF

0
1032

POR JARBAS DE HOLANDA

O público presente às manifestações de rua de ontem, bem menor que as do ano passado em favor do impeachment – atribuído pelos seus promotores à multiplicidade de temas –, decerto, embora lamentavelmente, reforçará os projetos de mudanças casuísticas de regras eleitorais para 2018 articuladas no Congresso. Basicamente como autodefesa dos partidos e parlamentares diante das investigações da operação Lava-Jato, e paralelas. Com destaque para a instituição de “lista fechada” de candidatos aos pleitos proporcionais e para uma anistia ampla aos beneficiários de financiamento irregular em eleições anteriores.

O reforçamento, imediato, desses projetos, porém, dificilmente resistirá à expansão do sentimento nacional contrário a tais mudanças (não refletida nos referidos atos), que já forçou as lideranças do PSDB a se posicionarem contra a “lista fechada”, condicionando-a à adoção de voto distrital. E sentimento que deverá crescer com o impacto da quebra de sigilo pelo STF – ainda em março ou no começo de abril – do conjunto de delações de ex-executivos da Odebrecht.

Quanto às reformas, especialmente a da Previdência, o desejável é que o presidente Michel Temer – poupado nas manifestações de ontem – siga separando o encaminhamento delas, nas duas Casas do Congresso, da prioridade de grande parte dos parlamentares – à frente o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros – ao combate às investigações anticorrupção.

DEIXE UMA RESPOSTA

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.