POR JARBAS DE HOLANDA
Provável cancelamento do acordo do Ministério Público com os delatores da JBS e até a possibilidade de que sejam anuladas as “provas” contra o presidente Michel Temer geradas pela gravação do seu encontro com Joesley Batista (por causa da ilicitude da montagem dela). Essa “virada” nas investigações da Lava-Jato conduzidas pelo procurador-geral Rodrigo Janot e em seus desdobramentos legais (que se configurou a partir de revelações à imprensa feitas no final da tarde de ontem pelo próprio Janot) tem, ademais de efeitos negativos para a imagem do conjunto dessas investigações, duas implicações imediatas.
Primeira – enfraquecer a nova denúncia contra o chefe do governo (para interrupção do seu mandato), com formalização já adiada e que poderá até não ocorrer nos 12 dias de comando da PGR que restam ao procurador-geral. E, segunda – reduzir as dificuldades (de tempo exíguo e de alto custo fisiológico) para a tramitação nas duas Casas do Congresso de projetos institucionalmente relevantes: as duas alterações possíveis das regras partidárias (o fim das coligações proporcionais e a cláusula de barreira), a nova taxa de juros (TLP), a mudança da meta fiscal, parte do pacote de Privatizações e retomada para valer da reforma da Previdência. Melhoria do cenário político-legislativo que pode contribuir significativamente para o reforço dos indicadores da reanimação da economia e para o aumento dos índices de confiança dos investidores externos e internos.